24.6.10
a coisa delicada
A coisa delicada se aproxima roça o lombo nas tuas canelas, “é um gato” você pensa e amor pelo bichano, a coisa delicada então te aconchega num abraço, aquece, te enrodilha as pernas e sobe em direção ao teu afeto, “é um homem” você pensa e amor pelas mãos fortes que te envolvem a barriga. A coisa delicada cada vez mais perto, cada vez mais cheia te enovela e lambe e respira na tua orelha, “é uma cobra” você pensa e a boca engole a tua cabeça, o corpo dela aperta os teus ossos que se quebram e furam a tua carne que ela come, a coisa delicada não tem trava entre os maxilares, ela é um estômago comprido em que você cabe, empapuçada a coisa delicada deita e te digere, “era uma cobra” você percebe, a sua pele cede ao escuro dela, e amor pela serpente.
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