12.9.11

cachorro

a besta fera dos afetos

e inocente se olha perto: olhos aquosos de quem não tem mal. mas no cano não treme a decisão. a maldade fica nos nossos intestinos, nutre o resto do corpo, chega aos dedos do gatilho e ao cachorro. abana o rabo. tiro. o homem sai do bosque, entra no carro, o motorista fecha a porta, abre. guarda o revólver no gabinete e olha as fotos do rotweiller. sete anos e uma mordida. aos animais às vezes escapa a melhor maneira de demonstrar carinho. os outros cães uivam, saudade ignorante nos fundos da mansão. aquele, o preferido, foi deixado insepulto, feito os bichos sem / "afeto", repito. e guardo as fotos, magoado.

Um comentário:

  1. meu irmão tinha dois rotweiller, deixados sozinhos desde filhotes pra cuidar de um terreno vazio.

    alguém passava lá uma vez por semana, pra trocar água e comida.

    eram infantis e carentes, mesmo depois de adultos. pareciam filhotes querendo atenção.

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