a iminência das coisas é uma armadilha. "vai acontecer", você acha. "agora", se consola. e a coisa mal nasce, infla nos teus olhos um desejo - nada acontece.
a sala de espera do infinito.
para que o infinito cure tuas cáries.
outras vezes, por outros lados, sim, a coisa acontece. plural, quase sempre desavisada, mas nem sempre. ocorre a cada tanto que você espera - e a coisa vem. porque a sua espera também é um chamamento.
uma forma de dizer é: estando vivos, chamamos a coisa. ao seu estado temporal de presença.
ou seja: presença chama presença.
de modo que é justo pensar, se justeza for aplicável a esses dias mesquinhos e potentes, numa afirmação multilateral que tome corpo e impulsione a iminência para fora do presente.
(escrevi estas linhas, e o tal do mundo não se acabou. mas algo nasceu que me fez perder o sono. continuo sozinho, fiquei atento)
5.1.11
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