ninguém acredita. começa assim: eu não conto.
conto, mas ninguém acredita.
começa assim: conto, acreditam, aí eu digo: "era brincadeira".
eu não acredito. a décima quinta história. e todos acreditam e ninguém acredita.
eu morri. mas aí: eu sei que não, porque estou vivo.
(esta é a história mais difícil de escrever)
a história que ninguém acreditamos. nem duvidamos.
e se as coisas forem e não forem, vai ser a história mais difícil do mundo.
se eu não tiver braço, vai ser impossível.
(olho o meu braço. braço, braço)
já tive meu braço dentro de uma pessoa.
penso no engraçado que seria se a gente ousasse responder tudo com "não sei".
eu perderia meu emprego, e você?
não sei se eu perderia meu braço. esse é o jogo.
amanhã vou acordar, depois vou dormir, depois vou acordar, segue-se adiante.
história mais difícil de não conseguir escrever.
20.1.11
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