16.7.09

samba do amor

fechei a porta pra o amor entrar
e depois de morder o amor na jugular
fiz boca-a-boca chamei ambulância
nao quero ver o amor morrer

larguei os guizos do gato em um canto
e fui pra rua de bate-e-pronto
comer cimento macio difícil
pra ver o amor pedinte e manco
dar-lhe cobertor de campanha
pagar-lhe almoço nas Casas da Banha
pegar cinema motel e banho
e depois deixá-lo no mesmo ponto

forjei terra gosto siso e enxada
sofri escrevi sonetos e baladas
pra mil amores que eram no fundo só um
larguei todos e fiquei só com um

ah, meu amado,
o nosso amor é barata tonta
é vaca louca
que pega um navio e roda o mundo
pra se afogar no mesmo rio

Nenhum comentário:

Postar um comentário