8.6.11

comecei a escrever toda a lembrança que eu tinha de você. porque eu não quero largar. e também porque não tenho outra coisa pra fazer. podia roer um pão duro. mas escrevi coisas moles, que poderiam ser de qualquer. algumas eram, mesmo. atribuí-as a você por comodidade. na verdade, resumi todo o resto a você e a umas poucas memórias de infância, porque não faço questão de lembrar da infância, só em alguns casos. os piores, aqueles que prefiro esquecer, escrevi como se você é que tivesse contado. "você" é um arquipélago. eu perdi a balsa e fiquei preso no continente. lá longe, essas ilhas são um manso rebanho selvagem, distante. e eu não sou leoa pra quebrar a paz das gazelas e sorver sangue. tem uns frutos de árvore aqui, eu como e bebo a água do coco. depois deito na areia, suspiro, faz sol. o mar tem um barulho agradável, de muitas praias quebradas. fecho os olhos, cochilo, e esqueço.

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