como escritor, deixei de ser escritor
tenho botado a culpa na cidade de são paulo
os mortos não se defendem, então
são paulo é um fóssil vivo do futuro
o mais difícil é não sentir desprezo
o dia em que eu escolher o cinismo, vou precisar de uma bomba
um flit paralisante qualquer
...
o blogue é uma oficina
eu nunca quis meus diários abertos, jogados pela casa
o blogue é uma praia, eu fico nu e deitado
...
preciso achar, imagino, uma ternura
e uma força destruidora
ao mesmo tempo, amigas
e rivais
...
o pior tempo é o da espera
as línguas que conheço não têm um tempo verbal para isso
nomear seria um conforto, um descanso
um tempo verbal que conjugasse "ser" em "não saber"
...
rotina do incêndio
queimar todas as pontes de regresso
queimar todas as partidas
queimar queimar queimar
burn baby, burn
26.6.11
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