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5.7.11

por não esperarmos milagres

eram novos dedos que eu conhecia. as pontas quadradas e unhas lindas. primeira coisa que vejo nos homens, os dedos das mãos. já me apaixonei por um cara porque ele tinha as unhas sujas. o astrólogo me diz que vênus em escorpião tem essa imundície. também um sufoco constante de estar aquém da coisa. qualquer estupidez servirá de futuro. mas apenas poucas / eu vou olhar pra trás e dizer "ah", sem arrependimento. só quero as estupidezes futuras. andam usando agente laranja sobre a floresta amazônica. ninguém aprende com os erros do passado. mas como é que eu fui transformar as lembranças emocionais num desastre ambiental de proporções amazônicas? elegia 2011, inferno verde, interior paulista, trajetória. apresento a você a boca de lobo do afeto. sem responsabilidade social e com a maior biodiversidade do planeta. ameaçada pela cobiça, pelos governos instituídos, mas cheia de rios / que desaguam, que desaguam, chuáááááá...

26.7.10

cama

a gente traz quinze cobertores e também traz o calor

acabamos nisso: de se revirar à noite, chutar a coberta pra longe, acordar gripado.

casados, se é quente não dormimos de conchinha. você que é mais melindroso logo pensa
"ele não me ama" e se abana / embaixo.

ou também um futon escondido
dentro da gente.

eu era criança e tinha medo de monstros que podem nos puxar os calcanhares. até hoje tenho.

na mesa do almoço, as moças discutem que ronco de mulher é diferente. eu não opino, só conheço os homens e mesmo eles muito pouco. de todo modo, gosto deles
quando dormem, dos barulhos.

cama é um começo de casa.

2.10.09

jardim da gente grande

dia desses
um anjo maludo
desses que fazem pintura
a dedo e comem da sua
comida disse vai
marcos
ser guache na vida

1.10.09

feliz outubro

sempre gostei de outubro / agora eu sei que a primavera entra / vênus inaugura / é o começo do fim do ano

na escola era o último bimestre / eu detestava a escola / queria que todos morressem / queria mais eu mesmo morrer

hoje acordei cantando: we can be heroes, just for one day. bem vindo outubro :)


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e.t.: anteontem, na av. paulista, tinha um cara em cima de um banquinho onde estava colada uma folha que dizia "estou na merda / sem dinheiro nem / pra comprar papel", um penico azul em baixo com alguma grana dentro e o cara (que era muito bonitinho) estava cantando as rosas não falam

18.5.09

O espaço povoado

As galáxias quase-colidem. O silêncio eterno desses espaços infinitos (...). Eu quero nascer pêra.