acho que o
japão após as
bombas ficou em
tal estado
catatônico
que não pôde
retomar uma unidade que não se embasasse no
medo
proibido de ter um
próprio exército e armas de
defesa e subordinado às
regras políticas e econômicas
estadunidenses - país que
até hoje conserva bases
lá como em toda
parte - os japoneses
figuram ao menos no meu
imaginário como um povo
de suicídio raivoso e
resignado
yukio
mishima, que admiro como
escritor e como personagem,
tentou um golpe de estado que
restituísse ao país um ethos
pré-colonial. vaiado pelas
tropas confortadas pela estabilidade
momentânea, mishima se suicidou
com um rito ancestral.
não penso com isso que
haja uma saída para os
problemas do planeta, digo,
a própria espécie humana
o que faz é racionalizar a destruição
inerente à toda sobrevida,
o deus dos mortos vivo em cada
semente, e essa racionalização só o que logra
é nos tornar mais eficazes, cruéis com o que
destruímos, e sofredores por essa mesma capacidade,
é o que me parece.
mas acordei pensando nisso
do japão por encontrar aí alguma
analogia com uma dificuldade muito
minha, imagino também seja de
todxs, que é a de ter atenção para as
coisas que realmente importam, sem
ter que se importar, a todo
momento, com a gênese da inominável
bomba
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