26.2.10

lembra-me um sonho lindo

as esquinas de três bairros percorridos na noite / amor foi o que ficou estendido na avenida henrique schaumann, debaixo de um ônibus / a gente chega em casa e é quase um circo sem picadeiro / índios com febre no século XVI / quando todo mundo é tão importante que precisa dizer: eu [alguma coisa] / no século XVI não era assim, assim é hoje

"eu" é um fetiche.

então me parece justificável esses homens entrando em escolas com armas que atiram a esmo, acabam matando dez, vinte, poucos. depois explodem os cartuchos na própria cabeça.

parando pra pensar, isso é uma medida didática.

*

<história>

atento como um cachorro. É um cachorro. Se um cachorro só vive pros outros e quando sozinho, espera nula. Agora um canil. Eles se cheiram e mordem quando o osso avança, curram a que está no cio. Agora ela: sem Lei Maria da Penha, sem resignação de boa esposa, sem orgasmo e ponto G: cinco, doze, cem cachorros de pau duro e vermelho pequeno metendo que dor uma ardência. Eu vejo Deus em todos os bichos. Quando eu era criança me ensinaram que uma folha não cai da árvore se não por vontade do Senhor.

Quem disser que é pra crer ou não crer ou escolha você / os cães escapam e te comem, têm fome.

*

pegar uma metralhadora e atirar em todo mundo: isso sim é um ato de amor.

</história>

Nenhum comentário:

Postar um comentário