31.8.09

a hora do porco

Em São Paulo, cada vez que a gente espirra as pessoas olham de um jeito!

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Eu, com gripe no metrô, é esperar que policiais acorram às dúzias metam-me um capuz e levem para um presídio de segurança máxima. Basta fungar.

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Acho que toda geração precisa de uma epidemia.

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Nos anos 30, quando inventaram Plutão, os astrólogos logo identificaram-no com a morte. A gente gosta de um fim-do-mundo!

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Mas somos bem pouco apocalípticos. Na Bíblia, o Apocalipse é o Livro das Revelações. Deus está no Fim, mas Deus é eterno então o Fim não é um término. A gente gosta mesmo é de explosão.

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Eu, por causa da gripe, não pude me despedir da minha grande, enorme amiga, que pegou um avião.

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Mas a gente é eterno também, então não tem problema, só tem saudades, mesmo.

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Chorei sozinho em casa fungando por telefone. Ainda bem que tem telefone.

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Mas as telecomunicações, pensando bem, são uma coisa bem plutoniana. É horrível não ter distância!

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Você não acha?

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Ainda vai ter camisinha de corpo inteiro. Enquanto não tem, a gente fica feliz que não tem.

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