8.8.09

porto, deque

é um teste de chegada / os amigos nos navios / o primeiro astronauta do mundo teria sido português / e a astronave da xuxa / eu de memória guardo um oceano pacífico / penso pro outro lado / as ilhas pequetitas

o avião traz pra gente uma alegria / esquife dos futuros / deslizando a nossa testa

a criança não sabe empinar pipa / sempre deixa partir

e no extremo árido
figura um búfalo correndo


***


Agora juntas ao teu peso
tudo o que é leve,

agora desmascaras
o sempre nomeado
mas sem nome,

agora mandas os martelos-
-mecânicos, os fura-sílabas,
para debaixo do esporão
daquele que
te leva a saltar para o outro lado
da ardilosa madeira da sebe,

agora
escreves.


(Paul Celan, 26-7-1968, tradução de João Barrento)

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