18.8.11

copacabana arde

cercaram com tochas foices pedaços de pau a casa da maitê proença, depois a maitê proença apareceu na janela, a distribuição de renda começa aqui, o crânio quebrado da maitê proença, maitê proença cheia de medo foi viver em londres, passou longe de portugal, é persona non grata no mundo livre, pele clara, praia em chamas, cercaram depois a regina duarte, ou há projac para o brasil ou não há brasil para o projac, os filhos do roberto marinho andaram na prancha, usaremos estúdios cenográficos para a revolução, para sanar o déficit habitacional do país, mas que cansaço, trazemos os estúdios abaixo, baixa o nero no cavalo, copacabana queima, o rio de janeiro é londres, cinzas parlamento, cristo é uma escultura retorcida, o bonde cai, santa tereza queima, a lagoa queima

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idílio baía de guanabara. "o fim", me adverte o professor de história, "não vai ser bonito. nem cheiroso". a maitê proença senta do meu lado e começamos a conversar com a fumaça às nossas costas. sobre a política econômica do país, a diferença salarial, o monopólio da mídia, a expectativa de afeto na contemporaneidade. a gente passa um óleo suave nos braços na areia quente. e o oceano horizonte é deserto, bonito.

Um comentário:

  1. e eu acabei de escrever um conto que se passa no Rio, com cidade cenográfica e tudo!!!

    ta ali no ee.

    bjones!

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