13.2.11

Entra no primeiro cinema que aparece. Os homens lá dentro andam em círculos e tiram seus pênis das calças. Algum que quer só chupar se senta na primeira poltrona da fileira, o corredor fosse um mar e ela a praia onde as ondas quebram / espuma branca / e se vão. Ele sentou no meio. Na tela, um homem bate numa mulher. Tudo está certo, nada fora do lugar. Se você não sabe, é porque nunca viu, mas agora eu conto. Que ele olhava tudo sem pau duro. O pinto costuma ser à revelia, menos quando você não existe a tal ponto que o seu pinto cai no espaço vácuo, silêncio, e ninguém segura.

"E aí"

Alguém quer salvar o pinto dele. Pega na língua mole, a mulher gosta de apanhar, tenho tesão por brocha, goza e vai embora. Ninguém te salva. Ele fica lá sentado até que dorme. Quando acorda, está sem carteira, de zíper aberto e todo esporrado. Ia começar a dizer "merda!" quando não se encontrou pra dizer: ainda estava sem pinto, caindo. É melhor sair agora do cinema ou continuar lá dentro? Eu queria que alguém decidisse por mim, mas a verdade é que não importa muito o que ele vai fazer, já que ele não existe. Mentira: a verdade é que, dependendo do que ele escolher fazer, ele vai voltar a existir, quem sabe até...!

Se limpa com um papel usado que por sorte estava no bolso. Papel usado ninguém rouba. Faço a história mais trash e ponho ranho na cara dele. Tem cada fetiche nesse mundo. Ele se limpa o quanto pode. O que não vai poder, de jeito nenhum, é chegar lá desse jeito. Ou será que alguém ia ligar? No velório da mãe, rasgo minhas roupas e me cubro de cinzas. Faço uma opção radical e não vou: entro num cinema pornô e acordo sem carteira, com ranho e esperma na cara. Se tua mãe te visse agora. Ele a ama. Enquanto decide o que fazer, enfia a mão dentro das calças e reconhece o próprio pau. "Está aí", se diria (se se dissesse) aliviado. "Não dá sinal de vida, mas aí está."

Um comentário:

  1. faço assim. comento só o que amar.
    o que gostar, não.

    o que não gostar, dificil.

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