11.7.10

os grandes palcos

tem também que o corpo da gente
nenhum cristão admite
é esse magma fervente encolhido
no meio do gozo

alastrado

e eu tenho sentido as placas tectônicas
se ajustando ao seu lado, em choque

geologia do nosso amor: de pangeia
à polinésia

vou pegar uma caneta pra traçar
com caligrafia chinesa (que é espiritual
e munheca mole) as rotas de fuga do que
chamam de sexo: nossos corpos
sem divisão política, overview
das aves que migram
e pousam em bandos, fazem filhotes
e os comem / amor de mãe é
o estômago.

deste chão a gente não passa, você diz,
e cava mais um buraco. nosso mapa
de relevo, leve, mutável.

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