17.9.10

all i want to know

Eu me perdi dos meus amigos. Aí fiquei andando com os estrangeiros em Puerto Madero, um frio cortante de vento e poses engraçadas, faço uma saudação nazista e ninguém entende a piada, europeus precisam de contexto, a Puente de la Mujer os grandes monumentos saudades do Che Guevara vou dar amor pra todo esse povo, ia escrever "amor" digitei "amora" pois bem destino,

ontem pensei que é muito fácil quando você não promete nada pra ninguém, porque aí ninguém pode te cobrar nada, e que isso é um jeito de se isentar. Não, eu não sou assim. Um mal-encarado me chamou pra briga, aqui os imigrantes de países mais pobres andam com rabichos de cabelo e tatuagens no pescoço, é perigoso como os angolanos no centro de São Paulo, essa gente que anda pela cidade feito ratos, porque quietos e presentes, eu ando barulhento, a espanhola diz que em outra província a queriam muito bem mas que aqui todos estão acostumados com estrangeiros, eu tou muito cansado.

Não eu não sou nazista. Mas acho que todo mundo tem um dentro de si. Calculando a melhor hora pra sair.

É preciso estar atento e forte.

Então vou levar adiante o sonho bolivariano, com carícias. Quando menos se espera os continentes formam bichos chineses e nova pangeia.

Já escrevo como se pertencesse ao lugar e o lugar fosse ficando velho, nascido e células sem volta, vou me cansar muito rápido de tudo na vida, mas se paro pra pensar nisso também acho que conservo até demais, bombas bromas y todas las girls.

Viver não tem volta. Tá.

Isso aqui não é confessionário. Primeiro caderno do estudante. Daqui vou para o norte conhecer os povos do altiplano. Eles têm uma bandeira de arco-íris e são gente muito linda, me diz um guapo. Depois me perco. Um rio me acha. Tchau.

Um comentário: