18.9.10

A estrada

os meninos bonitos
fico com vontade de ouvir joão gilberto
nosso amor não é comédia
pra dar risos a ninguém


os dias aqui são bem agradáveis. Todo mundo diz que no verão faz um calor de mamilos assados. Essa semana é primavera.

Tenho dois cadernos paralelos em que escrevo diferentes coisas do mesmo jeito. São diários a vida uma viagem e fatos que não se completam, mas também não se excluem. Na senilidade terei tido muitas vidas pra não lembrar.

Todos os estrangeiros acabam sendo carinhosos de algum jeito. Talvez menos os chineses que trabalham nos mercados. Os chineses são muito reclusos. O menino diz que não gosta de chineses, mas eu nunca conheci nenhum e, de todo modo, um bilhão de pessoas é gente demais pra serem todos chatos.

Ao ovo dedico a nação chinesa.

Está passando uma retrospectiva do Fellini com muitos horários e salas lotadas. Anteontem vi Noites de Cabiria e só agora me recuperei. Acho um grande aquele que toca a dor sem sucumbir. Quando alguém acha uma solução que não seja a morte, porque a morte é uma solução, mas outras deve haver. Gosto demais dos filmes do Fellini e acho que eles podiam fazer parte do Bolsa-família.

Um comentário:

  1. marcos, que bom ler seu blog. vim parar aqui sem saber. tenho nítida na minha memória essa imagem porteña: os chineses, os supermercados, as lavanderias, os kioskos. uma vez deixei um monte de roupas em uma das lavanderias do congresso. no papelzinho que me entregaram não tinha endereço, nem o nome. demorei 2 dias pra descobrir onde.

    ah, e de noites de cabíria acho que até hj não me recuperei. das coisas mais bonitas de todas.

    um abraço apertadíssimo em vc,
    ana

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