13.2.12

acabou o amor

já faz uns quatro dias que eu não saio de casa, a bem dizer, sim saio pra ir ali, vou no mercado, hoje tomei sorvete. a casa tem um jardim, é verdade, então posso sair dela estando dentro, olho a grama, fico besta com a grama.

o tempo passa muito devagar, mas muito rápido. e eu não faço nada, mas não dá tempo de fazer tudo o que eu estou fazendo, e acabo sempre me atrasando. algo assim.

então minha avó agora está provavelmente com alzheimer. todos esperam o resultado da tomografia. isso de avós é uma trabalheira, ainda mais estando longe. penso assim "que o esquecimento te seja bom" mas faz três dias que quero ligar para dizer oi, como está, e não ligo porque não dá tempo, vide o problema no parágrafo anterior.

a última vez que eu falei com a minha avó, com a outra, que morreu no mês passado, (!!!), ela não me reconheceu, mas o problema psíquico era de outra ordem. de alzheimer eu nunca soube. apesar de saber muito.

uma vez eu conversava com meus avós, todos os que estavam vivos, e falei "estou pesquisando sobre velhice na faculdade". elxs ficaram me olhando com cara de ué e eu pensei "que bosta de pesquisa". pois foi.

e agora estou envelhecendo. menos que elxs, é verdade. e ainda lembro tudo. mas hoje vi um filme em que os atores tinham uns dois anos menos que a idade que eu tenho agora, e eu pensava "que novinhos!", e me dei conta de que há cinco anos atrás eu via gente dessa idade e pensava "que adultos!".

o que me faz lembrar que quando eu tinha cinco anos, na pré-escola, olhava os meninos de seis anos do prezinho sem camisa jogando bola e suspirava "que homens..."

parece que antes eu sabia mais sobre o tempo. mas acho que é só impressão.

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