13.2.12

caderno público da mágoa

é uma espécie de terapia, qualquer um pode dizer, as coisas assim cifradas, às vezes nem tanto, mas, digo, escrever as angústias, ai esta vida, e sair caminhando até encontrar a saída, se é que se sai, de repente escorrega e ops já não está mais no medo, embaixo do pântano voam flamingos

de muita coisa se pode dizer: é uma terapia!!!

pintura a óleo, também serve. crochê, amizade, comida. manter um diário de ódio e carinho, dizer "hoje me passou isso e isso e isso". depois de dita, a coisa não somatiza e você não tem câncer. (eu tenho bruxismo. o futuro dirá) (a dentista afirma que assim logo mais não terei dentes, todos quebradiços) (estou ficando careca) pois.

mas se é o tempo todo cura que eu busco, do que vou estar doente? na minha adolescência deprimida, a professora de biologia ensinou que os tumores são crescimentos anormais de células, e eu me imaginava um tumor, de feto a adulto, agora passou, quase nunca lembro disso.

qualquer tristeza pode ser interpretada como ingratidão. talvez porque sejamos brasileiros, e tenhamos sol e samba o ano inteiro, uma melancolia clara e difusa, instalada na nuca do sorriso que não fecha. eu, se deus existe, não confio nada nada nele.

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