24.8.11

se onde fosse ninho

ando pensando um plano
pra unir de novo os
continentes acabar com essa
saudade

no chão, penso no avião.
no avião, penso no foguete.
no foguete, cheio de velocidade,
vemos o planeta pequeno
um ponto azul pra nossa lembrança.

no que dizem cada um
ter de especialmente seu,
uma bobagem,
percebo ter pouca atenção
para os detalhes, ou toda
no que eles têm de
panorama /
panorama o meu afeto
busca do céu o chão com dedos
corta as lavouras e a cidade interminável
são paulo no horizonte, a onda se
levanta, tsunami cobre o corcovado
passando por goiânia cobre a colômbia sobram
as pontas dos andes onde
gaivotas pousam sua paz, pantalassa
me afoga de novo

/ afeto, afeto /
o calor e suas bestas
uma vida de espera e aquecedor
interno a nos safar do frio do
inverno, e se prepara um novo
voo manco não encontra ninho onde
diga "aqui" / repousam as
penas / "aqui" / se acaba
a cadeia

minhas montanhas, minhas montanhas
belo horizonte ao fim dos pampas

(essas vontades sobrepostas aos
lugares um alarde de pombas em bando
que voam e voltam em volta do mesmo
banco)

(uma velha e seu neto jogam milho)

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