4.11.09

capim da primavera

Eu celebro a mim mesmo e canto a mim mesmo
E o que eu assumo você assuma
Pois todo átomo é meu como é teu beleza pura.

Eu vagueio e convido minha alma,
Eu curvo e vagueio à vontade e vejo a haste do capim da primavera.

Minha língua, todo átomo do meu sangue, formado deste chão deste ar
Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais também, e seus pais também,
Eu, agora trinta e sete anos de perfeita saúde começo
E espero não parar até a morte.

Credos e escolas suspensos
Retiro-me um tempo satisfeito com o que são, mas nunca esquecido,
Eu pôrto pro mau ou bom, eu deixo falar a todo o risco,
Natureza sem parada com origem – energia.

*

I celebrate myself, and sing myself,
And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you.


I loaf and invite my soul,
I lean and loaf at my ease observing a spear of summer grass.


My tongue, every atom of my blood, form’d from this soil, this air,
Born here of parents born here from parents the same, and their parents the same,
I, now thirty-seven years old in perfect health begin,
Hoping to cease not till death.


Creeds and schools in abeyance,
Retiring back a while sufficed at what they are, but never forgotten,
I harbor for good or bad, I permit to speak at every hazard,
Nature without check with original energy.


(Walt Whitman, primeira parte do poema Canção a mim mesmo)

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