VÃO SE FODEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRR SEUS FILHOS DA PUUUUUTAAAAAAAAAAAAAA
"Cê tá maluco, cara?!"
VÃO PRA PUTAQUEOPARIU
VÃO TOMAR NO CUUUUUUU
SEUS VIAAAAAAAAAAAAAADOS
"Para! Para de gritar!"
Os dois meninos agarraram o de óculos, que continuava gritando e agora se debatia com uma força / que acabara de despertar / numa noite escura e barulhenta. "Shhhhhhhhhhh". Mas já era tarde. Não só os zumbis que estavam próximos à casa - agora outros chegavam, do condomínio inteiro, talvez de toda a cidade. A passos lentos e certeiros, esquálidos, eles cercavam a casa com suas gargantas selvagens e famintas: cem, duzentos. E vinham outros.
"Caralho, mano! Caralho! Olha o que você fez, véio! Seu filhodaputa, seu corno." O menino andava de um lado para o outro, olhando hora pela janela do sótão, hora para o de óculos, franzino, que ofegava de olhos arregalados, ódio, seguro entre os braços do chefe. Sentindo que ele não mais fazia força tentando escapar, o chefe solta-o e se dirige à janela, onde avista o Inferno.
"Caralho, mano! Putaqueopariu! E agora, cara?!"
O chefe fechou os olhos para pensar. Os zumbis teriam força para arrombar as portas, derrubar as paredes, subir as escadas e devorá-los? Enquanto pensava nisso, uma lufada de ar lhe atingiu o rosto e seu corpo gelou ao ouvir a voz do outro menino gritando fraca, fina e rouca
"Goiaba!"
Goiaba era o apelido do de óculos. Seu nome era Mateus. Ele tinha doze anos e era o dono da casa. Foi ele que, numa tarde de terça-feira, chamou os amigos da escola para jogar o videogame que tinha ganhado de aniversário uma semana antes. E agora Goiaba estava caído no jardim de sua casa, provavelmente com as pernas quebradas, urrando de dor ao sentir os dentes ferinos dos mortos rasgando-lhe a pele, mastigando seus olhos, espalhando seus intestinos pelos ossos expostos dos malditos.
No sótão, os dois meninos recuavam passo a passo. Nenhum deles sentia o chão sob os pés. É como se estivessem no azul de ar do céu, suspensos por anjos, e seus pés se agitassem na liberdade do voo. Até encostarem na parede, agacharem-se no canto e, simultaneamente chorando e não chorando, abraçarem a desgraça, a desgraça, a desgraça.
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GOIABA kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluiro outro Bragança, o de Miranda, hoje disse na aula que adora ler ficção científica! um dia vou passar pra ele ler zumbi aquiiiii it's all about truth dude