20.11.09

notícias de itaipu

VÃO SE FODEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRR SEUS FILHOS DA PUUUUUTAAAAAAAAAAAAAA

"Cê tá maluco, cara?!"

VÃO PRA PUTAQUEOPARIU
VÃO TOMAR NO CUUUUUUU
SEUS VIAAAAAAAAAAAAAADOS

"Para! Para de gritar!"

Os dois meninos agarraram o de óculos, que continuava gritando e agora se debatia com uma força / que acabara de despertar / numa noite escura e barulhenta. "Shhhhhhhhhhh". Mas já era tarde. Não só os zumbis que estavam próximos à casa - agora outros chegavam, do condomínio inteiro, talvez de toda a cidade. A passos lentos e certeiros, esquálidos, eles cercavam a casa com suas gargantas selvagens e famintas: cem, duzentos. E vinham outros.

"Caralho, mano! Caralho! Olha o que você fez, véio! Seu filhodaputa, seu corno." O menino andava de um lado para o outro, olhando hora pela janela do sótão, hora para o de óculos, franzino, que ofegava de olhos arregalados, ódio, seguro entre os braços do chefe. Sentindo que ele não mais fazia força tentando escapar, o chefe solta-o e se dirige à janela, onde avista o Inferno.

"Caralho, mano! Putaqueopariu! E agora, cara?!"

O chefe fechou os olhos para pensar. Os zumbis teriam força para arrombar as portas, derrubar as paredes, subir as escadas e devorá-los? Enquanto pensava nisso, uma lufada de ar lhe atingiu o rosto e seu corpo gelou ao ouvir a voz do outro menino gritando fraca, fina e rouca

"Goiaba!"

Goiaba era o apelido do de óculos. Seu nome era Mateus. Ele tinha doze anos e era o dono da casa. Foi ele que, numa tarde de terça-feira, chamou os amigos da escola para jogar o videogame que tinha ganhado de aniversário uma semana antes. E agora Goiaba estava caído no jardim de sua casa, provavelmente com as pernas quebradas, urrando de dor ao sentir os dentes ferinos dos mortos rasgando-lhe a pele, mastigando seus olhos, espalhando seus intestinos pelos ossos expostos dos malditos.

No sótão, os dois meninos recuavam passo a passo. Nenhum deles sentia o chão sob os pés. É como se estivessem no azul de ar do céu, suspensos por anjos, e seus pés se agitassem na liberdade do voo. Até encostarem na parede, agacharem-se no canto e, simultaneamente chorando e não chorando, abraçarem a desgraça, a desgraça, a desgraça.

Um comentário:

  1. GOIABA kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    o outro Bragança, o de Miranda, hoje disse na aula que adora ler ficção científica! um dia vou passar pra ele ler zumbi aquiiiii it's all about truth dude

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