3.11.09
métodos humanitários de abate
Quereria, até, se matar. Porque o nariz caíra, o olho furara, quem suporta tanto assim um câncer necrose da vida fim da superfície do corpo. Lá dentro o poço do peito / no escuro, insondável, pouco importa o coração. Só que a filha vinha e amor no rádio, Jesus à toda altura pra que a mamãe não se sinta tão sozinha: dá-lhe banho, limpa escaras, miojo com salsicha amassados de vez em quando um legume fresco, algo mais caro, morrer um troço ingrato. A velha, travada de reumatismo, é levada em colo até o chuveiro. Motivos pelos quais vivemos. Sobre as coxas da filha, enquanto tudo dói, molhada e morna ela ouve o louvor longe e nem percebe / que não canta junto. Desafinada, é dela a voz da filha. E eu gosto tanto de cantar.
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ResponderExcluirhumana morte
mas ainda é vida