O terceiro menino morreu, então, menos por uma conspiração entre os outros do que pelo acaso. Tinham decidido, sim, matá-lo, mas numa briga - as brigas estavam ficando mais frequentes - o de óculos, com ódio, bateu na sua cabeça com o taco de beisebol. Por um instante o silêncio no sótão foi abafado pelos urros dos zumbis, cuja fome animal se manifestava cada vez que sentiam, instintivamente, que não estavam sozinhos. Então o menino de óculos disse
"Vão pegar o balde."
O balde era usado para guardar o sangue do menino morto, que depois seria bebido com nojo resignado pelos outros. Os dois meninos se entreolharam: o de óculos começou a afiar a faca.
"O gás tá acabando."
Eles começaram a comer a carne mal passada sem dizer uma palavra. Mas, no silêncio das mordidas, cada um começava a admitir que não valia a pena. Matar aqueles que eram seus amigos, beber o sangue deles, esperar. Não fazer barulho, não sair do sótão, esperar. Sucrilhos, piscina, videogame, escola, família, lembravam daquilo tudo vagamente, fora do corpo, como se se tratasse de uma outra encarnação.
E o de óculos quebrou longe o prato de louça, abriu a janela do sótão e, com uma voz que sua mãe nem seu pai nem ninguém imaginaria tão forte e tão alta, gritou
VÃO SE FODEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRR SEUS FILHOS DA PUUUUUTAAAAAAAAAAAAAAA
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AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaa eu fiz na sala aqui
ResponderExcluirqqqqq aconteceu depois?
<3 <3 kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMARAVILLLLLOSO
ResponderExcluiru-huuu :D \o/
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