De modo que Cervantes manquejava;
Beethoven era surdo; Villon, ladrão;
Góngora de tão louco em andas caminhava.
E Proust? À partida, maricão.
Negreiro, sim, foi Dom Nicolás Tanco,
e Virginia acabou de uma imersão,
Lautréamont morreu enregelado num banco.
Ai de mim, também Shakespeare era maricão.
Também Leonardo e Federico García,
Whitman, Miguel Ângelo e Petrónio,
Gide, Genet e Visconti, as fatais.
Esta é, senhores, a breve biografia
(porra, esqueci-me de mencionar Santo António!)
daqueles que são da arte sólidos pontais.
Reinaldo Arenas, in Poesia Cubana Contemporânra, org. Pedro Marqués de Armas, trad. Jorge Melícias, Antígona, Março de 2009, p. 61. via
7.11.09
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário