13.6.11

não sei se preguiçoso ou se covarde

a generosidade consiste em que hoje
havendo catástrofe também vejo pássaro

o mundo é muito bonito quando visto do lado bonito

despido entro num barco e
me despeço do que não for porto
em santos drogas e prostitutas
o lado feio vive nas ruas, sem
acesso aos bens de consumo

noticiário:
que ainda há radiação em fukushima
que outro ministro foi trocado
que se foi por pouco a frente fria

enquanto isso, no chile um vulcão
joga cinzas pedras e magma no sul do meu afeto
o centro do planeta me lembrando
o meu calor é muito pouco se comparado

não sou vulcão. também não provoco tremores.
e os versos são só por acaso. se insípidos,
muito isso não me importa. não sei ser.

de dedos gelados, garanto que
nos meios algo esquenta. brota da terra
a água térmica da cura. não prometo cura alguma.
eu sou calor.

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